Pesquisa personalizada

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Celta e Prisma 2012: o último lance


Vamos direto ao ponto. Celta e Prisma são adaptações simplificadas do antigo Corsa, aquele lançado em 1992 na Europa e dois anos depois no Brasil com o sobrenome Wind, nome da série mais simples do compacto. Ou seja. São carros com o prazos de validade quase esgotados, ainda mais levando em conta a mudança da legislação em 2014, que exigirá de todos os automóveis nacionais freios ABS e airbags, algo que a coluna de direção dos campeões de venda da Chevrolet não estão aptos a receber por conta do projeto antiquado. Ainda assim, a dupla ainda tem muita lenha pra queimar.

O Celta, lançado em 2000, recebeu seu segundo facelift. O primeiro foi efetuado em 2006. Já o Prisma, mais jovem, estreou em 2006 com a segunda “plástica facial” de seu irmão hatch. A reforma da vez trouxe o novo “DNA” da marca para os carros, caracterizada pela grade frontal dividida ao meio com o logotipo da gravata da Chevrolet ligeiramente maior. Em outras palavras, é um “mini-Malibu”. Fora esses detalhes, os modelos também receberam faróis escurecidos e lanternas com um novo padrão de cores. O Prisma ainda exibe um friso cromado na tampa do porta-malas à la Vectra. No geral, o resultado foi bom, há de se reconhecer.

As mudanças são mais evidentes no interior, embora defeitos crônicos continuem presentes, como a falta de um descanso mais adequado para o pé esquerdo e o volante desalinhado. Este por sinal passou por um banho de perfumaria, que resultou no aplique de plástico na cor prata na parte superior e o ressalto nas extremidades, para melhor empunhadura. A lista de alterações inclui ainda o redesenho dos controles de ventilação, a introdução de um segundo porta-luvas no painel (disponível apenas nas versões LT) e os tecidos dos bancos, que são totalmente novos e transmitem maior sensação de evolução. E só.

Mais do mesmo, com o perdão do chavão

Acelerar um Celta ou Prisma 2010 é a mesma coisa que andar no modelo 2012. Os motores são os mesmos, a suspensão não mudou um milímetro e os freios seguem com sistema de tambores na traseira. O bloco 1.0 VHC E flex gera até 78 cv e 97 kgfm de torque, números que lhe confere o título de mais potente da categoria. Tanto no Celta, como no Prisma, o propulsor oferece bom desempenho, acima da média. Mas seu ronco além dos 4.000 rpm, giro ideal para rodar a 110 km/h, é alto demais e incomoda.

Já o motor 1.4 Econo.Flex, oferecido apenas no Prisma LT, proporciona respostas mais ágeis com seus 97 cv (com etanol) e 13,7 kgfm de torque. Mas não chega a ser um salto tão expressivo em relação ao 1.0, porém, é uma vantagem quando o porta-malas – de 439 litros – está carregado e garante maior segurança em momentos de ultrapassagem na estrada.

Basicamente, os dois modelos mantêm as melhorias mecânicas aplicadas na segunda reestilização do Celta, como o câmbio com manejo mais preciso e a sensível melhora na posição de dirigir. É um carro, até certo ponto, agradável de dirigir, mas sua fragilidade é notável. Um exemplo são as pneus "fininhos" aro 13" e com 6,5" de largura, que apesar de proporcionar boa estabilidade em curvas, podem escorregar na pista molhada em linha, mesmo sem frear.

Elevação de preços

O Celta 2012 ficou R$ 250 mais caro, enquanto o preço do Prisma subiu R$ 200. A justificativa da GM para o aumento é o para-choque pintado na cor do veículo, detalhe que agora vem de fábrica. O hatch na versão LS de entrada começa em R$ 26.115 na opção 2 portas e R$ 27.833 com 4 portas. Se acrescentar direção hidráulica e ar-condicionado o preço vai a R$ 30.518. Já o Prisma 1.0 tem valor tabelado em R$ 31.344, ao passo que o modelo 1.4 custa R$ 32.150.

Os valores de Celta e Prisma os colocam como umas das opções mais baratas em seus segmentos, por isso vendem bem. Mas poderiam ser mais baixos, dado seus volumes de produção e a idade avançada dos projetos. Há também o fator da melhora do mercado brasileiro, que já permite praticar preços mais acessíveis. Mesmo assim, a GM resiste.

Mesmo sem nada de novo, o Celta vendeu mais em 2010 que em 2009 - de 139 mil para 155 mil - e aproveitou a queda do Palio para terminar o ano como 3º veículo mais vendido do Brasil, atrás apenas do Gol e do Uno, carros mais modernos que eles (nas versões mais novas). Já o Prisma empacou na casa das 63 mil unidades, o que acabou tirando duas posições no ranking geral - agora é o 14º colocado.

A receita tem funcionado, mas não vai durar para sempre, ainda mais com novidades sendo preparadas pela concorrência. Embora executivos da General Motors do Brasil relutem em comentar o assunto, os substitutos de Celta e Prisma já têm data para chegar: 2014. Os veículos serão os frutos colhidos do projeto Ônix, que originará uma nova família de carros compactos populares da Chevrolet para os mercados brasileiro e sul-americano.
Fonte: iGCarros

Um comentário:

  1. Comprei um celta 2012 LS e gostei dos resultados, apesar de serem poucas mudanças mecanicas e os preços estarem realmente altos até mesmo para um "lançamento" mas o acabamento interno novo agrada, e é um carro muito esperto por ser leve e ter 78 cv.
    parabens pela reportagem!

    ResponderExcluir

Related Posts with Thumbnails