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terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Chevrolet Classic: quase tudo na mesma


A primeira geração do Corsa chegou por aqui em 1994 dando um banho nos concorrentes. O novo hatch da Chevrolet era superior a Fiat Uno, Ford Escort e Volkswagen Gol em tecnologia, consumo, frenagem, aerodinâmica, estabilidade, segurança e conforto. Além de melhor de guiar, seu estilo era muito mais atraente, sua suspensão mais sofisticada e o motor, mais moderno. Alguns itens, inclusive, eram totalmente desconhecidos dos rivais, como a forração fonoabsorvente, que reduzia o ruído externo.

Internamente, a ergonomia tinha melhores soluções, enquanto o acabamento imediatamente se tornou uma referência no segmento, sem lataria aparente ou materiais de má qualidade. O painel de instrumentos era mais simpático e o volante unia simplicidade e criatividade. Na versão GL, mais requintada, havia um display acima das saídas de ar-condicionado, fazendo do Corsa um ET diante dos concorrentes. Só o desempenho e o espaço interno traseiro levavam críticas.

Design by China

Hoje disponível apenas na carroceria sedã (surgida em 1995) e rebatizado de Classic, o antigo Corsa passou pela segunda e mais profunda reestilização. Mudança essa que não deu muito trabalho: bastou trazer o ferramental que fazia o modelo na China e pronto, frente e traseira estão renovados. O resultado é um desenho que fica no meio do caminho: está melhor que o antigo, mas anos-luz do modelo chinês (que atende por Sail), esse sim profundamente transformado. Outro ponto a favor do Classic nesse sentido é que Renault Logan e Fiat Siena Fire, seus principais concorrentes, também não são muito amigos do espelho.

Sai pra lá

Leve no Classic só quem você gosta, preferencialmente pessoas com que já tenha contato físico. Porque invariavelmente motorista e passageiro esbarram seus braços a qualquer movimento. Quem vai atrás não reclama do espaço, desde que indo para a balada ou numa viagem mais longa a turma se divida em dois carros, já que um terceiro elemento ali viraria inimigo já nos primeiros quilômetros. O porta-malas não é o maior da categoria, mas leva bem a bagagem de quatro adultos.

O acabamento, embora espartano e sem requintes, é decente. Não há rebarbas ou peças mal encaixadas. Uma crítica mais acentuada vai para a exposição de alguns parafusos – diga-se de passagem, falha também encontrada em carros de categoria superior, como Fiesta e EcoSport, por exemplo. E o painel, antigo, ao menos apresenta as informações com clareza.

Nada contra o motor 1.0 de 76/77 cv e 9,5/9,7 kgfm de torque (gasolina/etanol). Pelo contrário: ele é ágil na cidade e vai bem na estrada – excluindo o fato de que a 120 km/h ele trabalhe a ruidosas 4.200 rpm. O problema é o câmbio de engates longos, quase quilométricos. Não há defeito nos engates, exceto pela quinta marcha e a ré, que sempre arranha. Mas a distância entre uma marcha e outra cansa o motorista e aniquila o potencial do Classic em ser um carro agradável de guiar. Os freios passam segurança e a suspensão encontra bom equilíbrio entre conforto e firmeza.

Seu preço de tabela é de R$ 28.044. Disponível unicamente na versão LS, seu preço sobe para R$ 35.124 com direção hidráulica, ar-condicionado, rodas aro 15, travas e vidros elétricos e pintura metálica.

O Classic é, na verdade, um sobrevivente e um injustiçado. Resistiu à chegada do Corsa II mantendo bons números de venda mesmo tendo sido depenado e perdido as versões mais requintadas. Foi rebaixado de novo quando a Chevrolet lançou o Prisma, mesmo sendo mais confortável, bem acabado e melhor de guiar. E agora ganha um visual que não serve mais nem para a China. Para seu consolo, o Classic assumiu o posto de sedã mais vendido da Chevrolet no País, com 1.117.804 unidades vendidas até dezembro – superando o Chevette, até então detentor do título com 1.065.113 emplacamentos em toda sua existência. Um prêmio que dá certa dignidade ao fim da vida do cansado e velho trabalhador.
Fonte: iGCarros

2 comentários:

  1. Ao contrario do que foi dito acima o ruido do motor não se dá pelo cambio longo, na verdade o que é longo é o curso da alavanca, pois o cambio dele possui relações extremamente curtas, o que faz com que ele seja muito esperto na rua, mas torturante na estada.

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  2. Ferzitinho,

    Perfeito o seu comentário

    Obrigado pela visita

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