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segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Montana 2011: herdeira de dois mundos


Receber uma herança é algo que dá trabalho. O beneficiado pode usufruir de tudo o que seu antecessor reuniu de bom por toda a vida. Mas pode também amargar más escolhas, das quais jamais conseguirá se livrar. No caso da Montana 2011, que chega em meados do próximo mês às concessionárias da marca em duas versões, há uma mistura das duas experiências.

A nova picape, segundo fruto do projeto Viva, parte de R$ 31.990 na versão LS, que incrementada com direção hidráulica (alguém hoje se furta desse equipamento?) e computador de bordo salta para R$ 34.435, chegando a R$ 39.653 somando a esses itens ar-condicionado, rodas de 15 polegadas, alarme, travas e vidros elétricos, airbag duplo e freios com ABS. O salto para a versão Sport é grande, mas esta entrega ao comprador todos esses itens mais barra de proteção no teto, faróis com máscara negra, acendimento automático dos faróis, faróis de neblina, cruise control e CD player com MP3 e Bluetooth. Opcionalmente, há rodas aro 16, capota marítima, sensor de estacionamento e GPS. Toda Montana sai de fábrica com protetor de caçamba e ajuste de altura do banco e do volante. Ou seja: de cara, a nova Montana chega mais equipada que a antiga geração.

Botox

A primeira herança da nova Montana, evidentemente, é o novo visual, inspirado nas linhas do Agile. Na parte frontal, a picape se mostra mais bem resolvida que o hatch, simplesmente por ter um para-choque mais avantajado. Os faróis e a grade, no entanto, continuam exagerados. Vista de lado, a Montana 2011 ganhou um “step side” maior, que agora abriga calçados 43 ou 44 – não se limitando a pés pequenos. A caçamba aumentou, e agora é o seu ponto forte: com 1,68 m de comprimento e 1,34 m de largura, seu volume de carga chega a 1.100 litros – ou 1.180 sem o protetor de caçamba, que é de série e jamais será retirado de lá. A carga útil é de 758 kg. Os números fazem da nova Montana uma quase líder no quesito, já que a Peugeot Hoggar, que já havia batido VW Saveiro e Fiat Strada, leva 1.151 litros, mas suporta apenas 742 kg.

A traseira é o ponto mais chamativo. As lanternas estão bem posicionadas e há harmonia do conjunto. E esse desenho traz boas e más notícias. A tampa, que antes era removível, agora não pode ser mais retirada no caso de o dono quiser transportar uma moto grande, por exemplo. Em compensação, a visibilidade melhorou, já que a tampa é mais baixa em relação ao modelo anterior.

Mais do mesmo

O cockpit da nova Montana é exatamente igual ao do Agile. E aí a herança não é bem-vinda. A posição de guiar continua desconfortável, principalmente por conta do volante levemente deslocado para a esquerda. A ergonomia também não ajuda, sendo a posição do rádio, muito abaixo da linha de visão do motorista, seu pronto fraco. Só há ajuste do volante em altura, e esse ajuste no banco é de operação difícil – é preciso se “pendurar” no volante para subir o banco. Para piorar, o pé esquerdo continua esbarrando na caixa de roda a cada troca de marchas.

O espaço atrás nos pareceu razoável, com 164 litros de capacidade e convenientes ganchos e porta-objetos nas laterais.

Queda de potência

Por conta do tamanho do cofre do motor, a General Motors aplicou alterações na admissão do propulsor, que agora gera 102 cv – ante 105 cv da antiga versão. A diferença, no entanto, é pouco notada. Se a posição de guiar não condiz com a nomenclatura Sport, o desempenho tampouco. Mas está razoável à proposta do carro e suas dimensões. Um tanto lento em baixas rotações, começa a “aparecer” à medida que apertamos o acelerador. Os engates são relativamente precisos e macios, como no hatch. A suspensão apresentou bom comportamento no conjunto frontal, porém um pouco “solta” atrás.

Sobrevida aos frotistas

A antiga versão da Montana se aposenta. A configuração Combo, no entanto, vai até o final do ano, atendendo a frotistas. Gustavo Colossi, diretor de Marketing da General Motors, revela ao iG Carros que a nova Montana Combo chega no segundo trimestre de 2011, com preço ligeiramente superior ao da LS. “Como a caçamba mudou de dimensões, estamos redimensionando também sua cobertura”, explica Colossi. Para este ano, a GM espera vender 3.500 unidades da nova Montana, montante que a manteria na terceira colocação no segmento.

Do Agile, a nova Montana herda a simplicidade do projeto, menos refinado do que a concepção da picape atual. E da antiga, a nova herda o espírito esportivo e jovial. A melhora em relação ao hatch, ao menos esteticamente, é sensível – mas fica a certeza de que a atual geração deixará saudades.
Fonte: iGCarros

2 comentários:

  1. Infelizmente o motor 1.8 hoje está restrito a mercados de exportação. O pai de um amigo meu, que já teve uma Montana 1.8 da 1a geração, hoje tem uma 1.4 e sente um pouco de falta do torque da 1.8, que não o obrigava a "caçar marcha" com tanta frequência.

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